01.06.21
logo que o cirurgião deixou a sala de espera a Madre pediu para usar o telefone para uma chamada local. pôs a rainha ao corrente, agradeceu a utilização da reserva de sangue Real e disse-lhe para ela ir dormir descansada. escolheu estar optimista. o quisto tinha de ser benigno. tudo ficaria bem com as transfusões de sangue. uma hora depois o médico disse que a operação tinha corrido muito bem, se quiserem podem vê-la, não podem falar enquanto estiverem no quarto, ela continua inconsciente e as vozes podem causar-lhe sofrimento. a Madre exclamou: como assim!? o cirurgião sorriu e explicou: sei por experiência própria. quando fui submetido a um transplante de fígado e estive inconsciente depois da cirurgia, as vozes fizeram-me sofrer pois queria responder mas não tinha consciência como tal se fazia. tenho conversado com outros pacientes num cenário semelhante ao meu e ao da jovem duquesa e todos confirmaram a minha vivência. quanto ao quisto.. SIM? indagou a mãe expectante por boas notícias. ainda não temos resultados, mas está já a ser analizado. obrigado, respondeu Luca. só posso autorizar a presença da mãe e do marido no quarto. peço desculpa aos demais. eu sou guarda-costas da duquesa, gostava de estar à porta do quarto, disse um dos segurança Reais. com certeza, anuiu o médico. mal entraram no quarto as lágrimas começaram a correr-lhes pelo rosto. Rita estava num tom azulado pela porção de sangue que também perdera no bloco operatório. a quantidade de tubos e o ruído das máquinas que registavam tudo, mesmo as ondas cerebrais, era como um murro no estômago. Luca deu a mão a Catherine, olharam um para o outro assustados e decidiram sair dali. voltaram para a sala e choraram compulsivamente. uma enfermeira deu-lhes calmantes e pediu-lhes para os tomarem pois aquela era uma ala exclusiva para a família Real e era secreta. por isso é que um segurança os tinham trazido num elevador aparentemente secundário, para um andar que só podia ser desbloqueado com uma chave acessível a poucos.
(continua)