27.02.21
entretanto, a tradutora tinha ido à cozinha servir-se de um café e veio sentar-se na cama para saber da amiga, bem consciente do que o protector lhe fizera há pouco e ambos, cada vez mais, se detestando. mas precisavam um do outro, o que os irritava ainda mais. ela duvidava que ele lhe desse acesso aos códigos, apesar de precisar de alguém que os soubesse decifrar. se ele cedesse ela teria finalmente acesso à nova identidade do secretário. tinha que o matar antes que estes dois conseguissem falar com ele. então amiga como te sentes hoje? perguntou espreguiçando uma preguiça que já não tinha. a enfermeira sorriu e disse: vocês estão a mimar-me e há muito para fazermos hoje. depois do duche e de nos restabelecermos, reunimo-nos na sala para definir estratégias. ambos sabiam, quando ela falava naquele tom decidido, o que quer que fosse era para ser feito já. muito se adivinhava no horizonte. não seria mais um dia calmo.
(continua)