25.02.21
as lágrimas escorrem-lhe pelo rosto incontroláveis e ela diz, por favor traz-me a minha mala de domicílios, preciso de um calmante. com medo que as convulsões regressem ele corre a atender-lhe o pedido e, com a pressa, acaba por acordar a tradutora. raios, pensa com os seus botões, esta é mais um problema! podia dormir mais um pouco e deixar-me sossegado. antes que ela desperte totalmente, célere pressiona-lhe o ponto de relaxamento e faz com que ela perca os sentidos. pelo menos tem mais uma hora de sossego. a enfermeira precisa dele e esta americana irrita-o. quando regressa ao quarto a amiga tenta sufocar o riso, impressão minha ou tu acabaste de pôr a tradutora a dormir? ele pisca-lhe o olho, feliz por a ver ganhar ânimo. toma o calmante, diz apressado. preciso de dizer-te quem ela é, começa a enfermeira, mas ele retorque: ela disse-me. aquela exclamação sobre os códigos não me passou despercebida.
(continua)