24.02.21
o protector acorda e silenciosamente prepara o pequeno-almoço num tabuleiro para levar à enfermeira. a casa cheira a café acabado de fazer. descalço dirige-se até ao quarto da sua protegida e acorda-a de mansinho. tenta falar, diz-lhe, para ter a certeza que não vais vomitar o pequeno-almoço. ela diz: bom dia, amigo. e sorri. o sono profundo que o sedativo lhe proporcionou teve um efeito calmante. a enfermeira só não consegue conter as lágrimas. já falamos, quando a tradutora acordar. precisas de reforçar o corpo, toma o pequeno-almoço, sossega-a o protector. ajuda-a a sentar-se na cama, colocando almofadas a servir de apoio e senta-se de lado a vê-la comer. depois de se certificar que ela está a recuperar as forças, vai pôr lenha na lareira. a tradutora ressona baixinho, divertido regressa para o quarto da enfermeira. queres comer mais alguma coisa, pergunta-lhe. as lágrimas escorrem-lhe pelo rosto incontroláveis e ela diz, por favor traz-me a minha mala de domicílios, preciso de um calmante. com medo que as convulsões regressem ele corre a atender-lhe o pedido e, com a pressa, acaba por acordar a tradutora.
(continua)